Home ENERGIA Mercado livre de energia: Empresas podem receber descontos e incentivos no setor caso se desliguem de distribuidora

Mercado livre de energia: Empresas podem receber descontos e incentivos no setor caso se desliguem de distribuidora

Especialistas do setor alertam que, ao optar pelo mercado livre, as empresas passam por uma mudança significativa.

by Andriely Medeiros
Especialistas do setor alertam que, ao optar pelo mercado livre, as empresas passam por uma mudança significativa.

O cenário energético brasileiro está prestes a passar por uma transformação com a abertura do mercado livre de energia para empresas do grupo A4, que incluem hotéis, pousadas e pequenas indústrias. A partir de 1º de janeiro do próximo ano, essas empresas terão a liberdade de escolher seus fornecedores, determinar a duração do contrato e optar por fontes de energia, com descontos que podem chegar a 35%. No entanto, especialistas alertam para os desafios, incluindo a necessidade de uma gestão mais detalhada dos custos de energia e contratos claros com a distribuidora no setor.

Companhias podem reduzir contas de luz em até 35%

O mercado livre de energia está prestes a se transformar, trazendo a possibilidade de redução significativa nas contas de luz para diversas empresas. A partir de 1º de janeiro do próximo ano, um novo cenário se aproxima no setor, permitindo que pousadas, hotéis, centros comerciais, laboratórios de análise, pequenas indústrias, galpões de logística e grandes restaurantes possam escolher onde comprar sua energia.

No mercado livre de energia, as empresas têm a liberdade de escolher seus fornecedores, determinar a duração do contrato e optar por fontes de energia, incluindo as renováveis. Essa flexibilidade oferece oportunidades, mas também implica em mudanças radicais na gestão do consumo energético.

A legislação que viabilizou o mercado livre de energia no Brasil foi criada no final dos anos 1990. Inicialmente, apenas grandes consumidores, como montadoras e redes de supermercados, foram autorizados a ingressar nesse mercado. Agora, com a regulamentação da Portaria 50 de 2022 do Ministério de Minas e Energia, as empresas do grupo A4, com contas de luz acima de R$ 10 mil e demanda inferior a 500 kW, podem aderir a essa modalidade.

Empresas do grupo A4 não podem comprar energia diretamente, elas serão representadas por um agente varejista. No Brasil, atualmente, existem 515 comercializadoras e 87 comercializadoras varejistas no setor energético, que também representam o consumidor na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Transição para mercado livre de energia exige mais atenção das empresas

Especialistas do setor alertam que, ao optar pelo mercado livre, as empresas passam por uma mudança significativa. De uma gestão de custos de energia mais simples, passam para uma ampla flexibilidade com benefícios e riscos. O consultor Ricardo Lima destaca a importância da seleção cuidadosa de parceiros e distribuidora com contratos claros para evitar complicações futuras.

A transição para o mercado livre também exige que os consumidores estejam mais informados sobre o detalhamento de suas contas. Um extrato mensal de contabilização do consumo pode ter mais de cem itens, incluindo encargos de sistema e rateio de inadimplência do setor. Comercializadoras oferecem descontos em relação à tarifa da distribuidora, mas os consumidores precisam entender o que estão pagando e negociar com base nesse conhecimento.

Tanto as empresas consumidoras quanto as comercializadoras estão se preparando para a nova fase do mercado livre. Algumas empresas do setor, como a Metalinox Cogne, já estão prontas para migrar, visando não apenas a redução de custos, mas também a compra de energia limpa. As comercializadoras, por sua vez, estão se adaptando às novas demandas do mercado. Investimentos em tecnologia e contratação de agentes comercializadores são essenciais para educar e atrair novos clientes.

Empresas como a 2W Ecobank e a Esfera não apenas oferecem energia, mas também serviços adicionais, como a instalação de carregadores de carros elétricos. Embora ainda não haja uma data definida, a expectativa é que o mercado livre de energia se abra para o grupo B, de baixa tensão, que inclui consumidores residenciais e a maioria do comércio e indústria. Dessa forma, o mercado do setor de energia segue atento às próximas regulamentações que surgirão.

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