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Kitesurf serve de inspiração para inovar o setor de transporte marítimo com o uso das velas de pipa

Visando diminuir a dependência de combustíveis fósseis, as velas de pipa têm o potencial de revolucionar o transporte marítimo e a indústria naval.

by Redação Petrosolgas
Para diminuir o uso de combustíveis fósseis, as velas de pipa têm o potencial de revolucionar o transporte marítimo e a indústria naval.

Esporte que combina surfe, windsurf e voo livre, o kitesurf conquistou entusiastas de esportes radicais em praias com ventos consistentes. Agora, essa tecnologia emocionante está inspirando a indústria naval a buscar alternativas aos combustíveis fósseis para o transporte marítimo. Empresas francesas, como Beyond The Sea e Airseas, estão explorando o uso de velas de pipa adaptadas do kitesurf para impulsionar embarcações, visando reduzir significativamente o consumo de combustível e as emissões de carbono.

A busca por alternativas sustentáveis no transporte marítimo e o potencial revolucionário das velas

A indústria naval enfrenta o desafio de reduzir as emissões de carbono para combater as mudanças climáticas. A Organização Marítima Internacional (OMI) estabeleceu metas progressivas de redução de emissões, buscando um futuro mais sustentável. Com a necessidade de cortar pelo menos 70% das emissões até 2040, a busca por alternativas aos combustíveis fósseis tornou-se imperativa.

Empresas francesas estão à frente da revolução do transporte marítimo, encontrando inspiração no kitesurf para desenvolver velas de pipa adaptadas ao setor naval. Essa tecnologia promete impulsionar embarcações, desde iates até navios de carga, utilizando a força dos ventos para reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

A startup Beyond The Sea obteve sucesso logo após testar uma vela inflável no sudoeste da França, mais especificamente, em um catamarã na Baía de Arcachon. Com um sistema automatizado de tração e inteligência artificial, a pipa de 25 metros quadrados se ajustou às condições do vento, demonstrando seu enorme potencial.

O fundador da empresa, Yves Parlier, enxerga possibilidades enormes, considerando o vasto número de navios mercantes e barcos de pesca em todo o mundo. Outra empresa francesa, a Airseas, com sede em Nantes, também está empenhada em testar velas de pipa maiores.

A empresa equipou um navio graneleiro da K. Line, do Japão, e um navio roll-on, roll-off que transporta equipamentos para aviões A320 entre portos da França e dos EUA. O mercado de velas de pipa no transporte marítimo tem potencial para valer bilhões de euros até 2030, com milhares de embarcações equipadas com essa tecnologia.

Perspectivas futuras: A caminho de um transporte marítimo sustentável

As empresas Beyond The Sea e Airseas têm planos ambiciosos para o futuro. A Beyond The Sea planeja realizar testes futuros na Noruega, Japão e no Mediterrâneo, buscando dobrar o tamanho de suas velas de pipa a cada ano, visando atender às metas da OMI. Enquanto isso, a Airseas concentra seus esforços no desenvolvimento e aprimoramento do sistema Seawing.

Com isso, pode-se concluir que o kitesurf, um esporte emocionante que utiliza uma pipa para impulsionar os praticantes, está se tornando uma fonte de inspiração para a indústria naval. Visando reduzir as emissões de carbono e diminuir a dependência de combustíveis fósseis, as velas de pipa adaptadas do kitesurf têm o potencial de revolucionar o transporte marítimo.

Com empresas como Beyond The Sea e Airseas liderando o caminho, é possível vislumbrar um futuro mais sustentável para a indústria naval, impulsionado pelos ventos da inovação e da consciência ambiental.

A indústria naval e as dificuldades atuais

A indústria naval está sob crescente pressão para reduzir sua pegada ambiental e cumprir regulamentações mais rigorosas relacionadas às emissões de gases poluentes e descarte de resíduos. Isso requer a adoção de tecnologias mais limpas, como propulsão híbrida e elétrica, bem como, o desenvolvimento de métodos de construção e operação mais sustentáveis.

Outro fator é que a construção e a manutenção de navios podem ser extremamente caras. Dessa forma, a indústria naval enfrenta desafios para encontrar maneiras de reduzir os custos de produção e melhorar a eficiência para competir com outros modos de transporte e enfrentar mercados globais altamente competitivos.

Esse setor enfrenta dificuldades para encontrar e reter mão de obra altamente qualificada, como engenheiros navais, mecânicos, eletricistas e marinheiros. O envelhecimento da força de trabalho e a falta de novos talentos com habilidades específicas são problemas que precisam ser abordados.

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