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Grupo Jalles anuncia investimento de R$ 30 milhões para construir a primeira usina de biogás em Goiás

A usina do Grupo Jalles será a primeira de Goiás a produzir biogás a partir da vinhaça, marcando um passo em direção a uma matriz energética mais limpa.

by Marcelo Santos
Grupo Jalles anuncia investimento de R$ 30 milhões para construir a primeira usina de biogás em Goiás

O Grupo Jalles Machado, em parceria com a empresa francesa Albioma, anunciou um investimento significativo de R$ 30 milhões na construção da primeira usina de biogás em Goiás. Esta iniciativa marca um marco importante para o estado, já que a usina será a primeira unidade a produzir biogás a partir de vinhaça, um resíduo da destilação do caldo de cana-de-açúcar.

Usina de biogás em Goiás

A inauguração desta usina de biogás pioneira em Goiás está programada para o dia 29 de setembro, e representa um passo notável no compromisso do Grupo Jalles com a geração de energia limpa e sustentável, contribuindo positivamente para o meio ambiente.

O Grupo Jalles Machado é uma empresa com raízes profundas na indústria sucroenergética brasileira. Fundado em 1980, pertence ao grupo Otávio Lage, que também detém participação majoritária nas empresas Planagri e Vera Cruz Agropecuária, além das famílias Kinjo, Morais Ferrari, Jair Lage e Braoios.

Investimento de R$ 30 milhões

Na safra 2022/23, a companhia processou impressionantes 5,093 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. E para a safra 2023/24, que começou em 1º de abril, a estimativa é de uma moagem ainda mais substancial, atingindo 7,302 milhões de toneladas.

O investimento de R$ 30 milhões na usina de biogás faz parte de um pacote de investimentos anunciado em 2021, que direcionou recursos na ordem de R$ 517,4 milhões para as unidades de Goianésia. Na época, o objetivo declarado era aumentar a capacidade industrial em 1 milhão de toneladas de cana, passando de 5,3 milhões para 6,3 milhões de toneladas.

Parceria com a Albioma

A parceria com a Albioma, uma empresa francesa especialista em geração de energia a partir da biomassa, demonstra a visão de longo prazo do Grupo Jalles Machado em relação à energia limpa. A Albioma já atua no mercado de energia solar no Brasil desde 2014, ampliando seu compromisso com fontes de energia renovável.

A vinhaça, que até agora era utilizada como fertilizante na unidade da Jalles em Goianésia, desempenhará um papel fundamental na produção de biogás. Devido à presença de açúcares em sua composição, a vinhaça será direcionada a um reator anaeróbio, um reservatório sem presença de oxigênio, onde servirá como fonte de matéria orgânica para microrganismos.

A partir desse processo, serão extraídos três tipos de biogás: metano, dióxido de carbono e sulfídrico. Este biogás, por sua vez, será enviado à caldeira, onde se juntará ao bagaço da cana, que já é utilizado para produzir bioeletricidade, aumentando assim a geração de energia elétrica.

Oportunidades comerciais

Conforme o diretor-presidente da Albioma, Christiano Forman, o novo projeto em Goiás “demonstra as oportunidades comerciais significativas que existem em um contexto de demanda crescente por combustíveis renováveis tanto no Brasil como globalmente”.

Com a queima do biogás na caldeira, estão previstos 22GWh de energia a serem exportados para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Essa quantidade é suficiente para abastecer uma cidade de cerca de 30 mil habitantes por ano, representando um impacto positivo na oferta de energia sustentável.

Potencial de biogás no setor sucroenergético brasileiro

Segundo o Programa de Energia para o Brasil (BEP), o potencial de biogás no setor sucroenergético brasileiro é de aproximadamente 10,8 milhões de metros cúbicos por ano. Essa estatística ressalta a importância estratégica deste investimento do Grupo Jalles Machado e da Albioma no desenvolvimento de fontes de energia limpa e renovável no país.

Globalmente, a capacidade instalada de geração de energia elétrica a partir de biogás é de 21.574 MW, de acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). Países como Alemanha, EUA, Reino Unido, Itália, China e França lideram essa tendência, respondendo por mais de 70% dessa energia.

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