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Governo brasileiro reage a tentativa de desacerto no acordo Mercosul-UE

Segundo o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ocorreria um atraso nas negociações já firmadas caso não haja acordo até dezembro

by Tiago Souza
Governo brasileiro reage a tentativa de desacerto no acordo Mercosul-UE

A continuidade das exigências do atual governo francês pode afetar diretamente a conclusão do acordo entre os blocos econômicos Mercosul e União Europeia. No início desta semana, o atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirmou que a celebração do acerto deveria ocorrer até dezembro de 2023.

Segundo ele, a justificativa pela pressa se dá em razão de um possível resultado adverso nas eleições na Argentina – atualmente lideradas, segundo as pesquisas e informações da imprensa local, pelo candidato liberal Javier Milei.

“O presidente Lula está insistindo com a Europa para que a gente feche o acordo ainda este ano. Não sei o que será do Mercosul se o acordo não estiver fechado e tivermos um resultado ‘exótico’ nas eleições na Argentina. Um país como a França tem de prestar atenção às consequências de um atraso”, declarou Haddad, em fala no painel “A Economia Brasileira Rumo à Transformação Ecológica”, promovido pela Universidade de Columbia, em Nova York/EUA.

Ainda segundo o ministro, a parceria entre os blocos se justifica positiva pois a criação de uma nova zona de livre-comércio deslocaria o ‘centro de gravidade’ da economia global.

Entenda o entrave

Em junho deste ano, 281 deputados da Assembleia Nacional da França foram favoráveis a uma resolução contra a ratificação – processo necessário para que o acordo Mercosul-UE tenha validade – do acerto entre os dois blocos econômicos.

Segundo os representantes contrários, supostamente haveria prejuízos financeiros e da falta de garantia da isonomia na comercialização dos produtos locais com os itens importados.

Por isso, os franceses alegam, como condição para ratificar o acordo, que os produtos do Mercosul sejam submetidos aos mesmos processos sanitários vigentes na União Europeia, além dos mecanismos presentes no Acordo de Paris e a inclusão de “claros mecanismos de sanção”.

O acordo entre UE e Mercosul foi fechado em 2019. Porém a França não ratificou o texto, ao alegar preocupações com a execução das políticas ambientais da gestão anterior a Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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