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Exploração sísmica na Margem Equatorial: TGS reforça presença no mercado brasileiro

Para liberar a exploração na Margem Equatorial deve ter um diálogo eficaz e cooperação entre as petroleiras, órgãos ambientais e a sociedade.

by Andriely Medeiros
Para liberar a exploração na Margem Equatorial deve ter um diálogo eficaz e cooperação entre as petroleiras, órgãos ambientais e a sociedade.

A TGS, empresa norueguesa de sísmica, concretizou na última segunda-feira, 4, a aquisição da PGS, consolidando sua posição como líder em dados geofísicos, com um valor de mercado combinado de US$ 2,6 bilhões. Com foco na Margem Equatorial brasileira, a companhia agora busca contribuir para o debate ambiental por meio de novas campanhas de exploração sísmica. A recente obtenção de licença ambiental para explorar a Bacia do Pará-Maranhão demonstra seu compromisso com práticas sustentáveis, enquanto a expansão para setores como a captura de carbono e energia eólica offshore sinaliza uma estratégia de diversificação da companhia.

TGS expande operações no mercado nacional com foco na exploração sísmica

A TGS concluiu recentemente a aquisição da PGS, se consolidando como uma potência global no fornecimento de dados geofísicos, com um valor de mercado combinado de US$ 2,6 bilhões. Essa transação fortalece a posição da TGS no mercado brasileiro, onde a empresa está focada no potencial petrolífero da Margem Equatorial.

O CEO global da TGS, Kristian Johansen, expressou otimismo recentemente, ressaltando o Brasil como um dos três principais mercados para a empresa. Johansen destacou a combinação única de áreas de novas fronteiras e regiões mais maduras no Brasil, apontando para a necessidade crescente de atividades sísmicas.

A aquisição da PGS não apenas ampliou a biblioteca sísmica global da TGS, mas também adicionou uma frota de sete embarcações de aquisição de dados 3D ao seu portfólio. Essa expansão posiciona a empresa para a exploração de novos horizontes, buscando oportunidades em projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS) e energia eólica offshore.

Embora a TGS tenha obtido recentemente uma licença ambiental do Ibama para uma nova campanha de exploração sísmica na Bacia do Pará-Maranhão, na Margem Equatorial, a empresa ainda encara com cautela as regulações ambientais no Brasil. O CEO Johansen observa os avanços nos marcos legais do CCS e das eólicas offshore no Congresso Nacional, mas ressalta a necessidade de monitoramento contínuo. A licença concedida ao TGS pelo Ibama estabelece uma validade de três anos, com a possibilidade de renovação.

Contudo, ela também impõe algumas regras importantes, como projetos de mapeamento do fundo oceânico, monitoramento da Biota Marinha e implementação de um Plano de Compensação da Atividade Pesqueira. Essas medidas refletem o compromisso da TGS com o desenvolvimento sustentável e a mitigação dos impactos ambientais na exploração sísmica. 

Pressão ambiental não se limita à exploração sísmica na Margem Equatorial

A pressão ambiental sofrida pela TGS não é exclusiva do Brasil, conforme destaca Johansen. Ele enfatiza que a indústria de óleo e gás enfrenta desafios semelhantes em outras partes do mundo, incluindo o Mar do Norte, Austrália e África do Sul. O CEO da TGS acredita que a solução para liberar as atividades de exploração na Margem Equatorial envolve um diálogo eficaz e cooperação entre as diversas partes interessadas, como as petroleiras, órgãos ambientais e a sociedade.

Kristian reforça a importância contínua do petróleo no contexto da transição energética global. Ele argumenta que, diante do crescimento populacional, é crucial trabalhar em conjunto para garantir o fornecimento eficiente de energia. A TGS, ciente desse cenário, visualiza a Margem Equatorial como um ponto estratégico na exploração de óleo e gás no Brasil, destacando também o potencial de outras regiões, como a Bacia de Pelotas.

Além das novas fronteiras, a companhia reconhece oportunidades nas bacias maduras, como Campos e Santos e ressalta que essas áreas não necessitam apenas de novas campanhas de exploração sísmica, mas também de tecnologias avançadas, como os nodes no fundo do oceano, para aprimorar as análises. Ele acredita que o Brasil continuará a demandar campanhas sísmicas ao longo da década e se mantém disposto a contribuir para além da Margem Equatorial.

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