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Equador pode enfrentar desafios na suspensão do bloco 43 de petróleo na região de Yasuní, na Amazônia

A região de Yasuní, na Amazônia, se tornou alvo de discussões após a determinação da desativação das atividades de exploração de petróleo.

by Andriely Medeiros
A região de Yasuní, na Amazônia, se tornou alvo de discussões após a determinação da desativação das atividades de exploração de petróleo.

O Equador deve enfrentar fortes desafios ao desativar o bloco 43 de petróleo na região amazônica de Yasuní, após um referendo que determinou a suspensão parcial da extração. O ministro de Energia, Fernando Santos, destacou a complexidade de desmantelar a infraestrutura que produz 60.000 barris por dia. O resultado do referendo mostrou apoio à suspensão, levantando questões ambientais e econômicas. A proteção do ecossistema biodiverso de Yasuní e o impacto na economia do país estão em jogo no processo.

Desativação do bloco 43 de petróleo na região de Yasuní apresenta dificuldades

O ministro de Energia do Equador, Fernando Santos, fez um alerta nesta quarta-feira sobre as dificuldades que o país enfrentará ao desativar a infraestrutura do bloco 43 de exploração de petróleo na região da Amazônia, especificamente em Yasuní. Isso ocorre após a aprovação de um referendo que determinou a suspensão parcial da extração de petróleo nessa área.

A Corte Constitucional, em maio, estabeleceu que, em caso de vitória do ‘Sim’ no referendo de 20 de agosto, a estatal Petroecuador, responsável pelo bloco 43, teria um prazo de um ano para encerrar as operações a partir da proclamação do resultado. No entanto, o ministro Santos destacou a complexidade desse processo, especialmente considerando que o bloco produz cerca de 60.000 barris de petróleo por dia.

“É um processo muito complexo, nunca na história da indústria petrolífera mundial um campo tão importante foi parado abruptamente, que produz 60.000 barris por dia”, disse Santos à imprensa.

O referendo mostrou um apoio significativo à suspensão da extração de petróleo, com 59% dos votos a favor do ‘Sim’. Essa decisão tem implicações tanto para a proteção ambiental da região de Yasuní, localizada dentro do Parque Nacional homônimo, quanto para a economia do Equador, que depende fortemente do petróleo como principal produto de exportação. O governo estima perdas substanciais em torno de 16,47 bilhões de dólares ao longo de 20 anos devido à suspensão da exploração no bloco 43.

Ministro de Energia do Equador reforça necessidades técnicas para a desativação do bloco 43

O ministro Santos mencionou que a desativação do bloco 43 envolve a remoção de instalações pesadas, como toneladas de aço e cabos. A complexidade técnica desse processo é evidente, e o governo do presidente Guillermo Lasso se comprometeu a fornecer estudos técnicos para o fechamento dos poços no Bloco 43.

“Fisicamente, um prazo de um ano é impossível, a menos que eles vão com uma escavadeira e retirem as instalações”, disse Santos.

Além das questões técnicas, a suspensão da exploração na região de Yasuní, na Amazônia, também levanta preocupações sobre contratos assinados e a segurança jurídica do país.

“Isso cria um precedente muito ruim, há contratos assinados, compromissos de longo prazo, a segurança jurídica do país fica comprometida”, apontou o ministro.

Localizado dentro do Parque Nacional Yasuní, o Bloco 43 ocupa apenas 0,08% da extensão total do parque, mas sua exploração tem impactos significativos na biodiversidade da região. Yasuní abriga comunidades indígenas, incluindo grupos isolados, e é lar de centenas de espécies de aves, mamíferos, répteis e anfíbios.

A decisão de suspender a extração de petróleo visa proteger esse ecossistema único. O referendo sobre o bloco 43 não é o único ponto crítico para o Equador. A escolha entre os candidatos presidenciais, a esquerdista Luisa González e o direitista Daniel Noboa, também impactará o futuro do país em relação à questão ambiental e econômica.

O destino do bloco 43 e a preservação de Yasuní continuam sendo tópicos centrais de discussão, refletindo o equilíbrio delicado entre desenvolvimento econômico e conservação ambiental. Assim, resta ao mercado de petróleo do Equador aguardar os próximos passos dessa jornada frente ao compromisso ambiental na exploração.

Dessa forma, podemos concluir que o ministro de Energia do Equador prevê fortes dificuldades na suspensão das operações no bloco 43. Um vez que a região de Yasuní, na Amazônia, se tornou alvo de discussões após a determinação da desativação das atividades de exploração de petróleo.

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