A Engie, empresa líder no setor de energia renovável, tem vislumbrado uma solução inovadora para a atual sobreoferta de eletricidade no Brasil: a produção de hidrogênio verde. Com investimentos em transmissão e geração renovável, a companhia enxerga no aproveitamento da energia excedente uma oportunidade de “fazer do limão uma limonada”, como afirma Leandro Xavier, gerente de assuntos regulatórios e de mercado da Engie.
Engie aposta em hidrogênio verde como solução
Durante o Engie Day, evento realizado no Rio de Janeiro em 2 de agosto de 2023, o executivo destacou que a visão da Engie está alinhada com os anseios do governo federal. Atualmente, o Brasil possui uma capacidade instalada de 193 gigawatts (GW) e mais de 240 GW previstos em projetos aprovados e em análise, segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Diante dessa sobreoferta de energia renovável, a Engie acredita que a produção de hidrogênio verde pode ser a chave para resolver esse cenário e, ao mesmo tempo, impulsionar o processo de reindustrialização do país. Ana Meyer, desenvolvedora de negócios de hidrogênio verde da companhia, destaca que a indústria do hidrogênio pode ancorar a expansão das energias renováveis no Brasil.
Projetos em andamento e investimentos
Entre os projetos em andamento da Engie, destacam-se três iniciativas que representam um investimento total de R$ 10 bilhões até 2025. Esses projetos incluem a implementação de dois gigawatts (GW) adicionais de capacidade, divididos entre um parque solar e um eólico no Rio Grande do Norte, além de uma usina eólica na Bahia.
A empresa, que atualmente possui um portfólio 100% renovável no Brasil, com 75 usinas entre hidrelétricas, solar e eólica, observa no hidrogênio verde não apenas uma forma de apoiar a descarbonização do país e de seus clientes, mas também uma oportunidade de exportar energia renovável produzida no Brasil.
Ana Meyer ressalta que a Engie tem o objetivo global de alcançar 4 GW de capacidade de eletrólise instalada até 2030, o que impulsiona mais de 30 projetos de escala industrial em todo o mundo.
O potencial do Brasil no mercado de hidrogênio verde
Ana Meyer destaca o potencial do Brasil para se tornar um produtor competitivo de hidrogênio verde, bem como um grande consumidor devido ao seu robusto parque industrial, o maior da América Latina.
Com indústrias de siderurgia, mineração e química, além do transporte pesado, como primeiros clientes para o hidrogênio verde, a Engie busca desenvolver projetos em formato de hubs para otimizar o desenvolvimento do projeto e oferecer diversas aplicações no local.
Infraestrutura preparada para o futuro
Além dos projetos de geração, a Engie também está preparando suas infraestruturas para o futuro, estudando o transporte de hidrogênio verde através da adaptação de gasodutos. A empresa opera uma malha de gasodutos de 3.700 quilômetros, ligando o norte do Rio de Janeiro ao Porto do Pecém, no Ceará, e uma malha de Urucu a Manaus, no Amazonas, com cerca de 800 km.
Gustavo Labanca, diretor-presidente da Transportadora Associada de Gás (TAG), empresa em que a Engie possui participação acionária de 65%, destaca que a empresa já está preparando suas infraestruturas para transportar hidrogênio, biometano, biogás e outros tipos de gás em sua rede.
Engie Day destaca a transição energética
O 8º Engie Day, evento institucional anual, foi realizado no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, e teve como tema “Transição energética e suas múltiplas faces”. Com lideranças da própria Engie e especialistas convidados, o evento abordou a importância da transição energética para um mundo mais sustentável.
Na ocasião, o CEO da Engie no Brasil, Mauricio Bähr, ressaltou o compromisso da empresa em investir em energia renovável, destacando os projetos de eólicas e solares em andamento.
