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Desafios no Porto de Imbituba: Sobrecarga de contêineres leva empresas à Justiça para liberação de cargas no terminal

O aumento nos custos das operações no Porto de Imbituba está gerando muitas preocupações entre as empresas.

by Andriely Medeiros
O aumento nos custos das operações no Porto de Imbituba está gerando muitas preocupações entre as empresas.

Desde o início da semana, o Porto de Imbituba, situado no Litoral Sul de Santa Catarina, enfrenta desafios devido à sobrecarga de contêineres, resultado do fechamento temporário dos portos de Itajaí e Navegantes em decorrência de fortes chuvas. Empresas impactadas pelos atrasos na liberação de cargas estão recorrendo à Justiça em busca de soluções. A administração do porto trabalha em conjunto com a empresa privada Santos Brasil para superar os obstáculos logísticos, enquanto a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) se volta às ações urgentes para evitar impactos negativos nos custos e na competitividade. No entanto, o cenário segue desagradável no terminal.

Fechamento dos complexos de Itajaí e Navegantes sobrecarrega Imbituba de contêineres

O Porto de Imbituba está enfrentando uma situação delicada devido à sobrecarga de contêineres. O problema tem levado empresas a buscarem soluções judiciais para liberar suas cargas, impactando a operação do terminal. O desafio começou no mês de outubro, quando fortes chuvas atingiram o Estado, resultando no aumento do nível e da correnteza do Rio Itajaí-Açu.

Como consequência, o canal de acesso aos portos de Itajaí e Navegantes foi fechado por 16 dias, suspendendo as operações nesses terminais. Os navios programados para esses portos foram redirecionados para o Porto de Imbituba, causando um forte aumento no número de contêineres recebidos.

O terminal de Imbituba, que normalmente movimenta pouco mais de 2 mil contêineres a cada 15 dias, recebeu mais de 7 mil em apenas duas semanas de outubro. Essa inesperada sobrecarga tem gerado dificuldades operacionais, resultando em atrasos na liberação de cargas para importadores. Empresas de comércio exterior relatam ter contêineres retidos por até um mês no terminal.

Diante dos problemas na liberação de cargas, algumas empresas optaram por buscar soluções legais. Mesmo com liminares determinando a retirada, há relatos de empresas que ainda não conseguiram recuperar seus contêineres. Além disso, elas enfrentam cobranças por valores referentes à armazenagem dos contêineres durante o período excedente no Porto de Imbituba, mesmo com a liberação legalmente autorizada.

Empresas do setor se preocupam com problemas de liberação de cargas no Porto de Imbituba

O aumento nos custos de operação no Porto de Imbituba está gerando preocupações entre as empresas. O coordenador de operações de uma empresa em Blumenau destaca a diferença absurda nos custos, mencionando valores que chegam a ser dez vezes maiores do que em outros portos da região. Além disso, ressalta os “efeitos colaterais” como fábricas paradas e quebra de contratos, impactando diretamente nos negócios locais.

O Porto de Imbituba é administrado pela SC Parcerias (SCPAR), empresa do governo estadual, mas a operação do terminal de contêineres é conduzida por uma empresa privada, a Santos Brasil. A empresa respondeu às preocupações, informando que parte dos contêineres já foram entregues, mas destaca dificuldades com cargas agendadas por transportadoras que não foram retiradas.

A Santos Brasil alega que, além da sobrecarga, enfrentou atrasos devido à espera pela documentação de nacionalização da carga destinada a Navegantes. Essa demora teria impedido a liberação por cerca de duas semanas após a descarga do navio.  Do outro lado, a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) reconhece as dificuldades enfrentadas na liberação de cargas em Imbituba.

O presidente da entidade, Mario Cezar de Aguiar, ressalta a necessidade de cuidado e empenho para evitar impactos negativos nos custos logísticos e na competitividade. A Fiesc vem cobrando esforços para agilizar as liberações de cargas, reduzir custos de armazenagem e melhorar os processos de controle. A expectativa das empresas agora é de que a situação do Porto de Imbituba seja regularizada nas próximas semanas, evitando problemas maiores no terminal.

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