Os preços do petróleo dispararam nos últimos dias, com o Brent subindo para o ponto mais alto desde o início de novembro. O aperto no mercado é real, mas os preços podem não aumentar muito mais a partir daqui.
“Não achamos que você voltará a esses níveis de 80 dólares novamente, então você tem um pouco de modéstia aqui”, disse Jeff Currie, chefe de pesquisa de commodities do Goldman Sachs, à CNBC nesta semana.
Currie e sua equipe de analistas apresentaram uma narrativa otimista em uma nota de pesquisa de 8 de abril. “Os preços do Brent finalmente atingiram US $ 70 / bbl, após uma recuperação liderada por um déficit maior do que o previsto”, escreveram os analistas do Goldman. Os cortes de produção da Opep + foram implementados rapidamente, uma estratégia que Goldman apelidou de “choque e pavor”. Em contraste, o grupo fechou cortes em 2017, o que resultou em um esforço prolongado que só gradualmente reduziu os níveis de estoque.
Enquanto isso, sanções contra a Venezuela e o Irã estão derrubando a oferta, e a turbulência na Líbia ameaça atingir o mercado de petróleo com outra grande paralisação.
O Goldman Sachs ficou surpreso com a velocidade com que o mercado de petróleo se estreitou, e o banco de investimento elevou sua projeção para os preços médios do Brent no segundo trimestre, para US $ 72,50 por barril, acima dos US $ 65 anteriores.
Mas mesmo com o Brent tendo subido mais de 30 por cento desde o início do ano, os analistas do Goldman acreditam que o rali em grande parte seguiu seu curso.
“Embora o ambiente de risco macro e a ameaça de interrupções possam elevar ainda mais os preços spot, ainda esperamos que os preços caiam gradualmente a partir deste verão, à medida que o xisto e a produção da Opep aumentem”, concluíram. “Com grande capacidade ociosa na OPEP e na bacia do Permiano e uma onda de projetos de ciclo longo ainda esperados para entrar em operação em 2020, mantemos nossa previsão de US $ 60 / bbl para o próximo ano.”
O tom cauteloso é notável, dado que os analistas do Goldman não vêem nenhuma falha na demanda. Quando a CNBC perguntou a Jeff Currie, da Goldman, sobre a possibilidade de uma desaceleração no consumo, ele rejeitou a ideia. “Não – absolutamente o contrário. A demanda por commodities é relativamente sólida, a demanda é tão sólida na China agora … Em resumo, a demanda parece muito boa agora ”, disse ele.
A razão pela qual o banco de investimento não vê os preços do petróleo disparando até US $ 80 é porque a OPEP + estaria sob pressão para começar a reduzir os cortes de produção, enquanto o xisto dos EUA também aumentaria a produção. Se os preços do petróleo mais longos começarem a subir, isso poderia estimular novas perfurações no Permiano. Isso pode pressionar os preços no próximo ano. O outro lado é que se a produção parece estar subindo este ano, isso pesaria nos preços mais longos, o que poderia forçar a contenção dos perfuradores de xisto, empurrando os preços para cima em 2020.
