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Campos de petróleo no Litoral Norte do Espirito Santo foram vendidos para a BW Energy pela Petrobras

A venda de participação nos polos está alinhada à estratégia de gestão de portfólio da Petrobras, que trabalha em melhorar sua alocação de capital.

by Valdemar Medeiros
Campos de petróleo no Litoral Norte do Espirito Santo foram vendidos para a BW Energy pela Petrobras

A Petrobras vendeu 100% de seus ativos nos campos de petróleo e gás na Bacia do Espírito Santo. As áreas ficam em águas profundas do pós-sal no Litoral Norte, que produz e explora petróleo e gás. A aquisição feita pela empresa BW Energy dos polos Golfinho e Camarupim foi equivalente a US$ 75 milhões, sendo US$ 3 milhões pagos na data de assinatura dos contratos, US$ 12 milhões ainda a serem pagos até o fechamento do negócio, e ainda US$ 60 milhões em pagamentos complementares, isso varia, em decorrência de cotações futuras do petróleo Brent e desenvolvimentos dos ativos.

A BW Energy Brasil é uma subsidiária da BW Energy Limited, uma empresa norueguesa, sediada em Oslo. Atuante na exploração e produção de petróleo e gás. No Brasil, a sua atuação tem foco principal na exploração do Campo Maromba, na Bacia de Campos (RJ).

A aquisição dos ativos da Petrobras pela BW Energy

No dia 20 de julho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica – Cade, divulgou que iria fazer uma análise acerca da aquisição da BW Energy de 100% dos ativos nos campos de petróleo e gás (Golfinho e Canapu), 65% de participação no bloco BM-ES-23 e 100% dos ativos nos campos de Camarupim e Camarupim Norte (Cluster Camarupim), todos da Petrobras. Tendo em vista ainda a compra da unidade flutuante de armazenamento e transferência (FPSO) Cidade Vitória, da Saipem.

Todos os campos de petróleo e gás estão localizados na Bacia do Espírito Santo e possuem a Petrobras como concessionária.

O início da comercialização do campo Golfinho foi em janeiro de 2004 e, e em 2006, foi iniciada sua produção pela estatal. O Campo Canapu, em contrapartida, teve sua produção iniciada em 2010. E o campo Cluster Camarupim teve sua produção iniciada lá em 2009.

Faz parte da operação também a FPSO Cidade Vitória, da Saipem, que está em operação nos campos de petróleo e gás do Golfinho e Canapu e é atualmente afretado para a Petrobras.

Sindispetro – ES fala sobre venda dos ativos e a onda de desinvestimentos da estatal

Segundo a Sindispetro – ES, o valor de venda corresponde a no mínimo 50 dias de produção, pois a capacidade de produção do polo Golfinho é de aproximadamente 15 mil barris por dia.

“Ao considerar a cotação média atual de US$ 100 por barril, somente com um dia de produção, a nova empresa atinge US$ 1,5 milhão em barris de petróleo, sendo necessários 50 dias exatos para chegar aos US$ 75 milhões pagos nessa compra. É uma vergonha, um absurdo”, segundo fala o coordenador-geral do sindicato, Valnísio Hoffmann.

“Ainda é preciso ressaltar que a compradora leva, além das áreas de exploração, toda a estrutura que já existe nessas unidades, incluindo o mercado cativo de gás do Espírito Santo e a garantia de compra de petróleo por parte da Petrobras. O risco é zero nessa negociação, considerando ainda o fato de serem campos conhecidos e em produção”, destacou o Sindipetro-ES, que “se organiza com o jurídico para buscar meios de reverter essa negociação e responsabilizar” os atores do processo de venda.

Prazo da análise contratual de aquisição pode variar

Segundo a legislação, a análise deve ser concluída em até 240 dias, tal prazo pode estendido por mais 90 dias, sob decisão fundamentada no Tribunal Administrativo do Cade, ou por 60 dias a pedido de advogados de ambas as partes.

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