Riyadh planeja lançar uma licitação de bilhões de dólares no ano que vem para construir seus dois primeiros reatores nucleares, disseram fontes à Reuters, acrescentando que o reino está discutindo o projeto com os EUA e outros fornecedores em potencial.
O maior exportador de petróleo do mundo quer diversificar seu mix de energia para liberar mais petróleo bruto para exportação. No entanto, os planos estão enfrentando o escrutínio de Washington devido ao receio de potenciais usos militares para a tecnologia.
Riyadh diz que seus planos são pacíficos, uma vez que pretende minerar urânio. No entanto, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman disse no ano passado que o reino desenvolveria armas nucleares se o Irã o fizesse. Ele disse à CBS: “A Arábia Saudita não quer adquirir nenhuma bomba nuclear, mas sem dúvida se o Irã desenvolver uma bomba nuclear, nós seguiremos o exemplo o mais rápido possível”.
Empresas americanas, russas, sul-coreanas, chinesas e francesas estão atualmente em conversações com Riad para fornecer reatores.
“A Arábia Saudita continua dando passos muito deliberados, embora em um ritmo mais lento do que o inicialmente esperado”, disse uma das fontes familiarizadas com os planos.
Autoridades sauditas disseram anteriormente que pretendiam selecionar um fornecedor no final de 2018, que caiu para 2019. A licitação será agora emitida em 2020, disseram as fontes.
Segundo eles, o projeto estava avançando lentamente em parte porque Riad ainda estava em discussões com todos os possíveis fornecedores, em vez de restringi-los a uma lista restrita.
Uma das fontes familiarizadas com as negociações disse que os planos também foram atrasados por laços tensos com Washington, que vem criticando Riad pelo assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
A Arábia Saudita precisa assinar um acordo sobre o uso pacífico da tecnologia nuclear com Washington para garantir a transferência de equipamento e perícia nuclear dos EUA, sob a Lei de Energia Atômica dos EUA.
Washington também tem procurado convencer Riad a assinar o Protocolo Adicional da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre salvaguardas extras para verificar se a tecnologia nuclear é usada para aplicações pacíficas, segundo a fonte. Ele disse que o reino resistiu até agora, explicando que o destino das negociações poderia determinar se Riad chegará a um acordo com as empresas dos EUA.
