Home NOTÍCIAS Após pausa de dois anos, a Rússia retomou as exportações de petróleo para o Brasil

Após pausa de dois anos, a Rússia retomou as exportações de petróleo para o Brasil

Após um intervalo de dois anos, Rússia e Brasil reacendem laços comerciais com retomada de exportações de petróleo.

by Marcelo Santos
Após pausa de dois anos, a Rússia retomou as exportações de petróleo para o Brasil

Após uma interrupção de dois anos, a Rússia reativou suas exportações de petróleo para o Brasil, solidificando um importante momento nas relações bilaterais de comércio. Dados recentes da alfândega brasileira destacam essa reviravolta, mostrando um aumento notável nas transações relacionadas ao petróleo entre as duas nações.

As importações de petróleo russo totalizaram 84.400 toneladas, avaliadas em uma soma de US$ 40 milhões (ou aproximadamente R$ 205 milhões). Este número se aproxima da maior entrega já registrada em junho de 2010, quando a Rússia forneceu 117.800 toneladas de petróleo ao Brasil.

O contexto das exportações entre os dois países

A retomada das exportações de petróleo russo para o Brasil segue um período de dois anos sem qualquer movimentação desse tipo entre as nações. A última vez que a Rússia embarcou petróleo ao Brasil foi em agosto de 2021, fornecendo 42.100 toneladas.

No entanto, o cenário mudou drasticamente desde então. As exportações russas de derivados de petróleo para o Brasil viram uma diminuição de cerca de 22% em volume no mês subsequente, situando-se em 717,3 mil toneladas em setembro. Paralelamente, observou-se uma queda de 13% em termos monetários, totalizando uma cifra de US$ 593,8 milhões (cerca de R$ 3 bilhões).

Impacto das restrições russas na relação comercial

Um dos principais motivos por trás dessa queda substancial nas exportações russas de petróleo para o Brasil foi uma restrição temporária imposta pelo governo russo sobre a venda de gasolina e diesel para mercados internacionais. Essa medida, sem dúvida, teve um impacto direto nas importações brasileiras de produtos derivados de petróleo da Rússia, desencadeando uma diminuição nas quantidades importadas e um consequente aumento nos preços.

Retomada das exportações de petróleo russo

Apesar dos obstáculos recentes, a retomada das exportações de petróleo russo é um sinal encorajador para as relações comerciais entre Brasil e Rússia. Esta reinicialização pode servir como uma solução para a crescente demanda por petróleo no Brasil, permitindo ao mesmo tempo que o país diversifique suas fontes de abastecimento. Da perspectiva da Rússia, há também benefícios claros. O aumento nas exportações de petróleo e derivados fortalece seus laços comerciais com o Brasil, uma economia emergente vital na América Latina.

Os olhos do mundo, especialmente dos especialistas e do mercado global, estão voltados para a evolução das exportações de petróleo entre a Rússia e o Brasil. Ambos os países estão claramente em busca de aprofundar sua cooperação econômica e comercial, navegando juntos em um cenário global em constante evolução.

Arábia Saudita e Rússia mantêm restrições à oferta de petróleo, enquanto preços globais oscilam

Em meio a uma oscilação na recuperação dos preços do petróleo, Arábia Saudita e Rússia reafirmaram na última quarta-feira (4) que continuarão com as restrições à oferta de petróleo, superando 1 milhão de barris diários até o final do ano. A decisão foi confirmada por líderes da OPEP+, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, por meio de declarações separadas.

Impacto na produção

Como consequência dessa decisão, Riad decidiu reduzir a produção de petróleo bruto em 1 milhão de barris diariamente, enquanto Moscou anunciou uma redução de 300 mil barris diários. Esse compromisso conjunto visa equilibrar os mercados globais e responder a uma demanda global que atingiu recordes recentemente, esgotando os estoques a um ritmo alarmante.

Variação nos preços do petróleo

Os preços do petróleo do tipo Brent, considerado a referência global, viram um salto significativo, atingindo quase US$ 100 por barril em Londres na semana anterior. Este aumento é diretamente atribuído à redução da oferta por parte da Rússia e Arábia Saudita.

Contudo, a recuperação sofreu uma leve desaceleração e o preço do Brent caiu para cerca de US$ 89 por barril na última quarta-feira. Analistas acreditam que este recuo pode estar ligado a sinais de que a valorização está fornecendo munição ao Federal Reserve, o banco central dos EUA, para sustentar taxas de juros mais altas por períodos mais longos.

Ganhos políticos e econômicos

Com os preços elevados do óleo, há claros beneficiários no cenário global. O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, é um deles. O aumento dos preços tem fortalecido sua posição e auxiliado seus ambiciosos projetos de investimento. Seu reino está atualmente investindo em cidades futuristas e acordos internacionais de telecomunicações. Além disso, a política esportiva saudita tem ganhado destaque, com contratações de jogadores de futebol e golfe de renome mundial.

Por outro lado, a Rússia, liderada pelo presidente Vladimir Putin, também se beneficia desta situação. Em um momento de tensões e conflitos, como a guerra em andamento na Ucrânia, os recursos adicionais provenientes do petróleo são uma fonte crucial de receitas para o país.

Veja também