ÓLEO E GÁS

Após 8 anos encalhado e representando perigo ao meio ambiente, ONU inicia ação para remoção do Navio Safer

A corrida contra o tempo da ONU para evitar um desastre com petróleo no Mar Vermelho está em pleno andamento. O navio abandonado chamado Safer, que contém 1,1 milhão de barris de petróleo bruto, está à beira de uma explosão iminente, o que poderia resultar em uma catástrofe ambiental e humanitária de proporções épicas. A ONU tem se esforçado para evitar o pior e, finalmente, parece estar mais próxima de alcançar esse objetivo.

Plano estratégico para salvar o navio Safer e evitar uma catástrofe com petróleo

A situação crítica se desenrola no contexto da guerra civil que aflige o Iêmen desde 2015. O navio Safer, pertencente ao governo iemenita, foi abandonado nesse período de conflito, e suas condições têm se deteriorado progressivamente. No entanto, a ONU tomou medidas decisivas para enfrentar essa emergência.

Após uma campanha de captação de recursos que durou anos e arrecadou cerca de 120 milhões de euros, a organização finalmente adquiriu um navio para realizar a remoção do combustível armazenado no Safer. No último dia 30 de maio, deu-se início a uma operação que está estimada para durar até seis semanas. O navio encontra-se encalhado a 31 quilômetros a noroeste da cidade iemenita de Hodeidah.

A compra do navio e o início da operação foram considerados marcos importantes para enfrentar essa crise. David Gressly, coordenador da ONU para o Iêmen, expressou sua satisfação: “Estamos muito felizes por estar no local onde podemos começar o trabalho”.

Achim Steiner, líder do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), comentou que, se tudo ocorrer conforme o planejado, a fase crítica da transferência do petróleo poderá ser concluída no final de junho ou início de julho. Essa previsão traz um alento diante da iminente catástrofe que poderia desencadear consequências devastadoras.

“Um grande derramamento devastaria as comunidades pesqueiras na costa do Mar Vermelho do Iêmen, provavelmente acabando com os meios de subsistência de 200 mil pessoas imediatamente. Comunidades inteiras seriam expostas a toxinas, com risco de vida. O ar altamente poluído afetaria milhões”, alerta uma nota do PNUD a respeito.

Caso aconteça algum erro no plano da ONU, esse pode ser o pior desastre ambiental da história

O perigo representado pelo navio-tanque Safer em suas condições precárias é real e assustador. Especialistas alertam para o risco de ruptura, explosão ou incêndio, o que acarretaria uma grande ameaça tanto para o meio ambiente quanto para a população local. Conscientes dessa situação alarmante, diversos países, incluindo Reino Unido, França, Itália, Luxemburgo, Malta e Noruega, manifestaram seu apoio à missão de resgate. Inclusive, a ONU possui um canal voltado exclusivamente para aqueles que desejam ajudar o projeto financeiramente.

Documentos internos de 2020 revelaram que a entrada de água do mar no compartimento do motor causou danos significativos às tubulações e aumentou a possibilidade de naufrágio. A ferrugem também afetou partes do tanque. Portanto, a substituição do gás inerte é o primeiro passo importante para garantir a segurança do navio e evitar uma tragédia.

Os riscos associados a uma explosão ou derramamento de petróleo são alarmantes. Com uma capacidade de 1,1 milhão de barris, o Safer contém quatro vezes mais petróleo do que o derramamento do Exxon Valdez em 1989, no Alasca, considerado um dos piores desastres ambientais do mundo pela ONU.

Além disso, uma explosão ou derramamento de petróleo levaria ao fechamento dos portos de Hodeidah e Saleef, interrompendo a rota vital para a entrega de ajuda humanitária em um país já devastado pela guerra, onde milhões de pessoas dependem de assistência alimentar.

Os efeitos ambientais seriam igualmente desastrosos. O petróleo do Safer poderia atingir a costa africana, afetando os países ao longo do Mar Vermelho. Recifes de corais, manguezais e outras formas de vida marinha seriam severamente impactados. A recuperação dos estoques de peixes levaria cerca de 25 anos, causando um impacto duradouro nos ecossistemas marinhos.

Redação Petrosolgas

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